terça-feira, janeiro 31, 2012

In For The Kill

Sexo, Drogas e um certo Rockstar

Louca? Não, ela não era. Apenas deixava-se levar pelo calor do momento (e que momento!) pela primeira vez. No meio de milhares de mulheres que o cobiçavam ele a escolheu. Ao menos naquele momento, ele era só dela. Além do mais, quando nessa vida (ou em outras vidas) ela teria a chance de ficar com seu ídolo novamente? Nunca. Essa era a resposta. Mas não pensava em respostas, só pensava que estava dentro de um carro bonito que levava o logotipo da banda, ao lado (em baixo, para ser mais exata) de seu grande ídolo. Não era um sonho adolescente se realizando; ela não chegara aos vinte e dois com um pensamento adolescente. Garotas novinhas pensam no ídolo como um cara perfeito, com quem adorariam namorar, ir ao cinema, passear de mãos dadas. O que havia entre ela e Willian era diferente. Era uma questão de corpo, um desejo embalado pelo rock’n roll cantado por ele. Não era apenas mais uma fã. Era uma mulher que sonhava ter um momento sozinha com um homem que passava na voz, muito mais do que gritos de revolta com a sociedade. Transmitia paz e muito mais vontade de tê-lo, sussurrando aquelas palavras cantadas no ouvido dela. E esse era seu sonho se realizando. Ainda que no dia seguinte ele sequer se lembrasse dela; ainda que ela tivesse o coração partido dali para frente, quando ele voltasse para seu país de origem, passada a turnê. Ao sentir a boca dele na sua, o coração dela disparava ainda mais, e à medida que o corpo dele se movia sobre o seu, ela olhava aquela pele tatuada. Sabia o significado de todas aquelas tatuagens, e não estava se importando que ele não soubesse nada a respeito dela. Preferiu até esquecer-se de que na Nova Inglaterra uma esposa o esperava. Sempre pensou que os “Rock stars” nunca deveriam se casar. Principalmente ele.
Ainda que ele tivesse alguns defeitos (fumar, por exemplo) isso não fazia dele um mau elemento. Mas como previra, aquela doce boca não tinha gosto de cigarro. Nem poderia ter.
Minutos depois ele bebia uma dose de “Jack”, deitado no enorme banco daquele carro caríssimo, e ela estava deitada sobre o peito dele, que não havia pronunciado sequer uma palavra desde que entraram no veículo. Ela apenas queria que aquele momento ficasse na sua memória, e não havia outra maneira, senão pedir que ele cantasse um trecho de qualquer uma de suas músicas, enquanto ela apenas acariciava o grande dragão tatuado no peito dele.
- Could you please sing your favorite song for me?
E sem pestanejar ele começa a pronunciar a letra da música que ela mais gostava. E sabia que aquela era também a faixa favorita dele.
- I’ll take you home. – ele sussurrou, beijando-lhe de leve os cabelos escuros.
Ninguém acreditaria se ela contasse. E nem queria contar. O que houve, era só entre eles. Quando ela assistisse os dvd’s da banda, quando visse milhares de pessoas gritando por ele, apenas esboçaria um sorriso de leve, com um olhar perdido e pensamento distante, recordando-se das melhores horas de sua vida, desde a chegada naquele incrível show, até ser chamada por ele, secretamente, até o backstage e ser convidada a passear em seu maravilhoso carro, realizando seu sonho de estar tão perto de seu ídolo. Agora ela apenas olhava através do vidro da janela do aeroporto o avião estacionado na pista, e ele caminhando com o guarda-chuva nas mãos, indo embora para nunca mais voltar. E ela não teve coragem de ir até lá se despedir. Ficara ali, observando a silhueta dele distanciar-se cada vez mais; tentando enxergá-lo apesar da chuva que se tornava cada vez mais torrencial.
Pela primeira (e última) vez na vida, aventurou-se com um estranho (para ela, nunca fora um estranho), fizera algo que realmente poderia se julgar errado (pela sociedade). Agora teria que voltar à vida real, com uma tatuagem nova (a primeira de sua vida) feita naquela noite, antes que ele a levasse para casa. “Freedom ... As Soon As Posible”, um trecho da música que ele cantara, ela tatuou  em suas costas, e não queria saber se os outros reprovariam.
Muito menos o fato de que aquele que foi o primeiro homem de sua vida (e perder a virgindade com um roqueiro parecia tão sexy!) deixara para ela mais do que a lembrança de uma noite e uma pele marcada por uma tatuagem. Um pequeno garoto, batizado com o nome do pai que ele nunca conheceria, cresceria ao lado dela, ouvindo o som daquela guitarra, querendo ser um rockstar, sem saber que seu pai, hoje morando no Reino Unido, fora uma lenda do rock’n roll.





"I'm going in for the kill I'm doing it for a thrill I'm hoping you'll understand And not let go of my hand"


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