quinta-feira, janeiro 05, 2012

Here Without You


Um Desejo Proibido

Não acreditava que aquilo poderia finalmente estar acontecendo. Ele finalmente a queria. Quantas noites ela sonhara com aquilo? Com aquele lindo homem de olhos cor de mel abraçando-a e querendo ficar com o corpo quente cada vez mais próximo do dela? Deus, foram inúmeras vezes!  Mas ela sempre soube que aquele era um homem proibido, alguém que estaria sempre não um, mas vários níveis acima dela. Ele era bonito, inteligente, delicado, mas sabia ser homem. Com aquela beleza, ao mesmo tempo exuberantemente simples e sofisticada, um corpo perfeito e um sorriso de fazer qualquer mulher suspirar, ele poderia ter qualquer mulher que desejasse. Mas não fazia o tipo infiel, e ao mesmo tempo em que ela sofria sabendo que ele jamais seria seu, ficava encantada pelo jeito dócil e fiel dele.
Naquele momento, em que sentiu o corpo dele junto ao seu, pensou estar viajando para um lugar louco, desconhecido, mas muito prazeroso. O sabor do “finamente” era muito bom. O gosto do “até que em fim”, vinha em sua boca, enquanto ele a beijava, e ela finalmente compreendeu que nada lá fora importava. Ela estava finalmente, depois de trinta anos de vida, realizando um desejo. Não era um capricho, nunca fora uma mulher assim. Era desejo mesmo, vontade de que um dia aquele homem ao menos olhasse para ela. Pela primeira vez na vida, não pensara nas consequências do amanhã, fazia aquilo que queria. E não se importava no sofrimento que isso causaria a ela mesma no dia seguinte, quando teria que encará-lo nos corredores da multinacional em que trabalhava.
As coisas estavam indo cada vez mais longe, e graças a Deus, ela nem pensara que aquilo estava acontecendo no quarto da irmã mais velha dele. Outra coisa que ela mesma gostou de não ter prestado atenção, era que ele e ela começaram tudo aquilo apenas com um olhar e gestos, e até o presente momento – ambos quase que totalmente despidos – não haviam aberto a boca para dizer nada um ao outro.
Passada meia-hora, ele deitado na cama, coberto pelo lençol branco de seda, e ela com a cabeça apoiada em seu peito, ouvindo sua respiração, escutou a primeira frase vociferada pelos lábios dele. “Tenho que ir.” Sentiu-se vazia novamente, trancou-se no banheiro, refez a maquiagem, colocou o vestido vermelho.
Ela desceu a escada urgente, pois no jardim, só faltava ela. Todos os convidados já estavam em suas cadeiras, e ele, a última madrinha de vermelho posicionou-se em seu lugar. E viu a noiva entrar, linda, deslumbrante, num vestido que ela jamais poderia sequer sonhar em ter. Usando um colar de diamante, que fazia conjunto com o anel da mão direita, aquela era a noiva mais linda que já vira.
E ao lado daquela noiva, ela o viu, o homem que foi capaz de despertar nela não só interesse, mas sentimentos mais profundos, além do que ela jamais sentira.
E no meio disso tudo, depois de dizer “sim” e colocar a aliança na mão esquerda daquela bela noiva, ele a olhou  pelo canto do olho direito, naquele vestido vermelho, a madrinha segurando o buquê. Foi um olhar profundo e rápido, onde ele disse tudo o que não teve fôlego para dizer meia hora atrás, quando ela estava em seus braços.




*Here Whithout You (3 Doors Down)

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